Última Ceia


Despido de amor próprio
Ou de algum amor de infãncia
Trancafiado nesse quarto,
O lôdo traz foqueiras apagadas
Com cheiro e sabor de orgias,
Da morte e vida do meu dia nublado.
Despojadoem minha dor
Abro portas de sangue em sangue
Entre ossos e cadaveres
Deixando-me a míngua
Bordando fitas e flores queimadas.
Despido de amor próprio
Ou de algum amor de infância
Vomito minhas lembranças
Sobre o prato de sopa quente
Na mesa do jantar.

(João Diniz)
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