Náuseas




Náusea, do amor
de ser, de amar
de não ter o que fazer
de não ter o que falar
Náusea, do odor
de rir e de chorar
de não ter como correr
de não ter como parar

(João Diniz)
.
.
.

Canto Socorro Poesia



Minha poesia é o meu
canto de socorro
Mas é como se fosse
um canto dentro de uma lata
que retorna
aos meus ouvidos
É um canto calado
sem voz
sem cor
que atravessa
os aparelhos auditivos
como se não cantasse
Mesmo assim
continuo a pedir ajuda
cantando socorro
como as pessoas que
se afogam no mar.

(João Diniz)
.
.
.

Pé no chão


Era como se o tempo
invadisse cada
espaço do meu jeito
cada espaço
ainda virgem
ainda confuso
e ainda mais
invadido.

(João Diniz)
.
.
.

vista a visita a vista


Não mais que três.
Dois conhecidos
em meio a um corpo em
mutação acidentada
Entretanto,
mesmo assim
desconhecido
Três corpos, três mentes
descontruidas em contrução
inviolável.

(João Diniz)
.
.
.

De carnaval


Passeando em
minha rua
vi três elefantes
coloridos, desses
indianos, ofuscantes
de brilho
lantejola
Cimento e lua.
(João Diniz)
.
.
.